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6.8.06

28. estacion

todos sabemos que fue
un verano descalso y tuyo
que arrastraba entre los pies
gotas claras del mar oscuro.

en el pecho dos meganos eternos
y en los ojos un cielo transparente,
que brillaba atrás del sol,
serena y furiosamente.

quizas sepa que tenía
una eterna compañera,
que reía y se entregaba
desnuda sobre la arena,
que volaba cuando estaba en algún sueño
para despertarse dentro de su dueño,
al que le daba su amor,
hermosa y salvajemente.

27. será q eu seria feliz na argentina?

ontem eu e o desenho tínhamos aqui una borracha e aproveitamos para ouvir sui generis. q combinação. eu gostaria realmente q a argentina tivesse ganhado essa copa. toda vez q eu ouço sui generis eu penso q é muito legal, mas toda vez q eu lembro q eles são argentinos - quando vem a consciência disso - eu passo a achar MUITO melhor.
eu quero buenos aires de todas as formas q eu puder. mesmo continuando em porto alegre.

29.7.06

26. eu e o desenho em caxias

o hotel volpiano nos tratou muuuuuuuuito bem em caxias, principalmente pq a chuva contínua impedia q andássemos pela cidade. nós ficamos no melhor quarto de hotel da história dos quartos de hotel, desde o curi.
a senhora do café da manhã perguntou se eu, o desenho e o marcus éramos uma banda. eu disse q sim, q nós éramos, na hora até inventei um nome sofisticado pra banda e disse q estávamos fazendo muito sucesso no exterior.
[eu disse a verdade sobre não sermos de uma banda. eu não conseguiria mentir para aquela senhora.]



descrição minuciosa do quarto do majestoso HOTEL VOLPIANO, em q ficamos:

precisamente às 15:05 abrimos a larga porta de madeira do quarto 502. certamente havia algum equívoco, pois pessoas como nós jamais ficariam num quarto com uma porta daquelas. a primeira coisa com a qual nos deparamos foi a SALA. sim, a gente entrava no quarto pela sala. pela SALA DE JANTAR. depois vinha a SALA DE ESTAR propriamente dita. na sala de estar podíamos escolher um dos 547 canais disponíveis na tv. e foi o q ficamos fazendo por 5 dias.

15:10. abrimos uma das imensas janelas para ver q surpreendente visão nos aguardava.

eu: vou abrir a janela pra ver a vista.
o desenho: a vista pra um monte de telhados de casas ridículas.
eu: (abro a janela)
o desenho: o ALFREDO JACONI!!



exatamente. a vista era para nada mais, nada menos do q o ALFREDO JACONI. grande, porém pequeno. grande em vista do q esperávamos ver pela janela. pequeno se pensarmos q é um ESTÁDIO de futebol.

tiramos 269 fotografias de todos os ângulos do jaconi. perturbados pela chuva q não parava, nosso maior entretenimento era eventualmente ir até a janela e fotografar mais uma vez o estádio.

como o monumental HOTEL VOLPIANO oferecia acesso à internet gratuitamente para seus hóspedes, procuramos também quem foi de verdade o tal ALFREDO JACONI. foi esse senhor aqui embaixo:



o quarto do marcus era super anos 80. o nosso era 70.

tb adquiri livros. livros bons. e não posso dizer muitas coisas mais sobre a cidade. para finalizar, deixo a foto do leão:



18.7.06

24.

"em primeiro lugar, a partir de 1801 já não entendo seu comportamento. não é por falta de documentos: cartas, fragmentos de memórias, relatórios secretos, arquivos de polícia. ao contrário, tenho quase excesso disso. o q falta em todos esses testemunhos é firmeza, consistência. eles não se contradizem, mas também não se conciliam; não parecem se referir à mesma pessoa. e no entanto os outros historiadores trabalham com informações de mesmo tipo. como fazem eles? serei emais escrupuloso ou menos inteligente? aliás, colocada assim, a pergunta não me perturba. no fundo, o q procuro? não tenho idéia. durante muito tempo o homem rollebon me interessou mais do q o livro por escrever. mas agora o homem... o homem começa a me entediar. estou preso ao livro, sinto uma necessidade cada vez mais intensa de escrevê-lo - à medida que envelheço, dir-se-ia.[...] muito bem: ele pode ter feito tudo isso, mas não há provas: começo a achar q nunca se pode provar nada. trata-se de hipóteses honestas q explicam os fatos: mas sinto tão claramente q provêm de mim, q simplesmente uma maneira de unificar meus conhecimentos!... não vem nenhum lampejo da parte de rollebon. lentos, preguiçosos, enfadonhos, os fatos se acomodam ao rigor da ordem q quero lhes dar, mas ele lhes permanece exterior. tenho a impressão de estar fazendo um trabalho puramente imaginativo. além do mais, estou convencido de q personagens de romance pareceriam mais verdadeiros; seriam pelo menos mais agradáveis."
[a náusea - j-p sartre]

12.7.06

23. corinthians X cruzeiro

fazer o q, né? olhei o segundo tempo desse jogo, admito.
ai, não posso deixar de comentar: q coisa mais ridícula a roupa do árbitro!! meu deus, era constrangedor!
a bermuda dele era MUUUUUITO apertada!! nossa, era VULGAR...
eu estava assistindo sem o som, mas eu tenho certeza - de vez em qdo, a câmera focava a bunda dele - q os comentaristas devem ter reparado e dito coisas como, "nossa! como é q essa pessoa está conseguindo se locomover em campo?!".
eu não posso admitir nenhuma outra reação q não a surpresa e/ou o constrangimento silencioso diante daquela cena.
a bunda dele chegava a estar brilhosa, assim, na bermuda, de tão esticadinha, e isso me fazia pensar no desconforto de correr sempre com aquela sensação incômoda entre as nádegas. q coisa mais desagradável, uma roupa q certamente não foi pensada para a profissão a q se destina! o cara parecia estar usando um traje de banho feminino dos anos 40 ou 50!
outro aspecto digno de nota nestes meus comentários acerca da arbitragem do jogo corinthians X cruzeiro é o fato de o cabelo do árbitro ser igualzinho ao do nikos! e ele corria lá, com aquela bermuda e com aquele cabelo, q nem se mexia de tanto gel (ou seja lá o q) q ele tinha colocado no cabelo.

22.

finalmente cortarei meu ridiculo cabelo hj. ah, finalmente!
o alexandre, o cara q geralmente corta meu cabelo, me deixou plantada esperando por ele duas vezes. cheguei a pensar era um sinal, a fase dos cabelos curtos JAERA.
mas acho q vou dar mais uma chance pra eles, pros meus cabelos. talvez ele tenha razao e eu fique mais bonita de cabelos curtos e pretos mesmo. vamos ver. vou cortar mais essa vez, depois nao se sabe.
eu quero cortar meus cabelos e pintar e ficar bem bonita!
eu quero ir bonita pra caxias. eu quero estar bonita e alegre na vida. quero estar bonita e viajar. talvez no verao. eh melhor viajar no verao hehehe
daniela era um plano pro meu proximo verao. mas nao quero mais ir pra la. daniela ja foi um bom lugar no ultimo verao. agora eh bola pra frente. agora eh escolher um lugar q possa ser bom pra mim no futuro.

9.7.06

21.

vejo a comemoração da seleção da itália agora e penso nos jogadores assim:
é um seriado. todos eles fazem parte de uma agência de modelos em uma cidade italiana onde só tem homens. exatamente, só tem homens. eles ficam se enrosando uns nos outros, eventualmente suas bocas se aproximam quase se beijando.
são homens fortes, vestidos com roupas de futebol, fotografando num gramado. pulam como pulariam seres mitológicos da cidade mitológica habitada unicamente por homens. pulam uns perto dos outros, se tocam, uns sentam no colo dos outros e se acariciam.
todos eles têm nomes inverossímeis, forçados, tentando desesperadamente evidenciar q são italianos: luca toni, grosso, de rossi.
eles têm uma feminilidade lésbica, juntos. são muito homens. não são necessariamente bonitos, mas exalam testosterona por todos os poros.

20. a poesia do futebol

tudo o q queria era voltar a ver os jogos de trinidad. não novos jogos de trinidad. os jogos já jogados nessa copa. não os jogos jogados vistos em gravação. não. os jogos jogados vistos naquela época. aquela época é q era boa. naquele tempo eu era feliz. qdo eu via trinidad jogar e me emocionava e podia saber q tudo estava no seu lugar.
zizou, quem é zizou afinal? esse jogo entre itália e frança representa a desilusão completa com o mundo. onde já se viu frança em final de copa? pssss... frança em final de copa, certo. quem ainda não viu q a copa já acabou? alguém faça logo um gol, por favor, pra acabar logo essa droga. seja quem for, mas faça logo um gol. incapazes.

19.

rrrodolfo otero, árbitro auxiliar argentino, tragicamente marca impedimento da itália. o braço erguido como quem dança um tango no salão. segurando firmemente a bandeira quadriculada, ele marcha na lateral. posso escutar gardel ao fundo. por una cabeza. por una cabeza e não seria impedimento.

18. final

maldita final da copa, q estou assistindo. nem mesmo essa alegria. odeio esses intelectuais q odeiam futebol de forma pretensiosa. eu quero q esse jogo fique empatado pra sempre e se declare q desta vez não teremos nenhum vencedor. pq eu não quero q frança vença, não, a frança ganhou de portugal. e tb não quero q a itália vença. a itália, se vencer, encosta com o brasil em número de títulos. e os jogadores já se acham bonitos demais pra terem ainda mais coisas pra se vangloriarem. além disso, os nomes deles não são verossímeis, dá pra ver q alguém inventou isso tudo. luca toni rárárá. ninguém se chama luca toni, a não ser em histórias em quadrinhos. em uma HQ eu posso imaginar um italiano forte chamado luca toni, jogador de futebol e sempre com a cara de uma estátua. mas é clichê demais pra ser a vida real, então eu não acredito q a seleção da itália exista realmente.
ah, todos sabemos. esse jogo deveria ser anulado. quem é q deseja assistir à itália e frança? certo, algumas mulheres, mas e além delas? quem mais?? um jogo sem nenhuma emoção, com ATORES em campo!! atores com nomes muito falsos fazendo de conta q são italianos!! ah, por favor...

ontem voltando pra casa senti outra vez as belezas do mundo real. a verdade nua e crua. peguei um VILA ELZA lotado. mas lotado como ninguém q mora em porto alegre pode imaginar o q seja. depois de mim entrou uma mulher com duas crianças e a porta não fechava. o motorista ficou ainda parado um tempo, forçando a porta contra as costas das três pessoas, mas foi em vão. é a física, não fecha mesmo.
então seguiram todos com a porta aberta mesmo. pelo menos entrava um ar, o q provavelmente ajudou um menino q estava sentado a conter a ânsia de vômito. ainda bem.

cássia entra no ônibus. recepção: senhora grita para o menino, q ela não conhece, não é filho dela - "se tu for vomitar me avisa, q eu desço!"

o melhor dessas situações é o sentimento de união e cumplicidade entre todos. em geral é quando a viagem de ônibus fica mais divertida, surpreendente. naquele momento, todos se conhecem e, contraditoriamente, se gostam. riem juntos. todo mundo se une contra o inimigo comum, no caso, a empresa de ônibus. sentimentos de identidade afloram violentamente.
alguns, mais exaltados, propõem rebeliões contra a empresa. tentativas malfadadas de insurreição ocorrem em locais isolados do ônibus. outros, misturam solidariedade com bom humor.

senhora tenta entrar no ônibus, mas é mal recebida por todos:
- sai daí! não cabe mais ninguém!
alguém [do sexo feminino] tenta considerar os dois lados da situação:
- a senhora não tem culpa pessoal! todo mundo quer voltar pra casa!
alguém [do sexo feminino] é mal recebido por todos:
- então deixa ela sentar no teu colo!
alguém [do sexo feminino] ainda reage:
- pode mandar ela sentar no meu colo, então!
todos riem. alguém [do sexo feminino] e os outros todos riem.

continuo torcendo pra q não saia gol nenhum. tomara q fique empatado, tomara. o luca toni no meu álbum tem cara de palhaço. o nariz dele faz ter essa impressão. a boca dele tb, é tão grande e vermelha. não acho q uma boca grande e vermelha seja sinal de sensualidade. o arrelia não era sensual.

tenho tido dificuldade em DEFECAR ultimamente. já tentei a sobrecarga de chocolate, mas tem sido em vão. certo, é desagradável.

tenho um plano para burlar as obrigações do mestrado. vou fazer apenas uma monografia, e não três como me foi solicitado. e vou entregar a mesma para todas as cadeiras, igualzinha, ainda q as três cadeiras tenham tido temáticas muito diferentes. para convencer os professores de q a monografia entregue a eles tem relação com o assunto estudado ao longo do semestre, colocarei nas referências bibliográficas os livros trabalhados em sala de aula.

"a itália tem um problema muito sério de meio-campo"
pênalti não marcado para a frança.

estou começando a ficar triste por ter q continuar este post. não é o quero pra minha vida. vou encerrá-lo.

30.6.06

16. atiraste uma pedra

Gal Costa
Composição: Herivelto Martins / David Nasser

Atiraste uma pedra
No peito de quem
Só te fez tanto bem
E quebraste um telhado
Perdeste um abrigo
Feriste um amigo
Conseguiste magoar
Quem das mágoas te livoru
Atiraste uma pedra
Com as mãos que essa boca
Tantas vezes beijou
Quebraste um telhado
Que nas noites de frio
Te servia de abrigo
Perdeste um amigo
Que os teus erros não viu
E o teu pranto enxugou
Mas acima de tudo
Atiraste uma pedra
Turvando essa água
Essa água que um dia
Por estranha ironia
Tua sede matou

15. o parthenon litterario

eu hoje me dei conta definitivamente de que essa pesquisa estava esperando por mim. ninguém fez nenhuma pesquisa histórica exclusivamente sobre o partenon até hoje porque essa era minha.
eu queria que o partenon literário tivesse dado certo. mas dado certo mesmo, queria que eles tivessem realmente feito o q pretendiam. algumas das coisas, pelo menos. eu queria ver o que ia ser porto alegre hoje. seria uma cidade melhor? seria uma cidade pior? seria a piada do brasil (mais)?
eu estou completamente ENVOLVIDA por esses caras. chorei quando li sobre a morte do apolinário. eu nem sei como escrever sobre isso, mas como não consigo pensar em outra coisa, eu preciso escrever sobre isso.
certo, eu vou direto ao assunto então: eles queriam construir um bairro grego na zona rural de porto alegre. na zona rural de porto alegre do SÉCULO XIX. em primeiro lugar, era no SÉCULO XIX. em segundo lugar, era em PORTO ALEGRE. e em terceiro lugar era na ZONA RURAL. ou seja: era no meio do mato. era um lugar PERIGOSO. era LONGE. e eles queriam construir, ali, um bairro, com casas e tudo, lotear um grande espaço de terra e vender casas pras pessoas habitarem esse lugar. até aí tudo bem, eu acho.
mas eles queriam q a arquitetura fosse GREGA, com aquelas colunas, com tudo o q tem direito. e haveria um grande TEMPLO DE MINERVA onde as pessoas poderiam ir para receberem as luzes da ciência e das artes. teria uma vasta biblioteca, com volumes de história, literatura e filosofia. teria JARDINS PERFUMADOS, seria um lugar ILUMINADO, com árvores frondosas, ar puro, para as pessoas passearem, conversando.
mas isso era EM PORTO ALEGRE NO SÉCULO XIX!!! eu NÃO ACEITO!!!
eles obviamente deliravam. eles acreditaram q esse empreendimento seria viável, q daria certo. acreditaram tanto q convidaram as autoridades (o presidente da província e o bispo, as duas autoridades) e fizeram o lançamento da PEDRA FUNDAMENTAL do TEMPLO. alguns meses depois estavam falidos, nada foi construído e tiveram q vender a tal da pedra pra pagar as dívidas. mas eles perderam tempo e dinheiro fazendo e sonhando com esse bairro grego no meio do mato. meu deus, quem eram esses caras?!
é quase tão delirante quanto a ópera no meio da floresta amazônica.

29.6.06

14.

acho q a coisa q mais tem me amedrontado ultimamente é a possibilidade de me tornar o próximo alvo do cachorro q late para pessoas aleatórias. argh! aquele cachorro me dá nos nervos, a simples presença dele me aborrece. ele pode simplesmente me eleger. pode chegar um dia q vai ser a minha vez. ai, isso seria tão constrangedor!
eu não posso suportar cachorros q latem aleatoriamente. e esse late voltando-se para uma pessoa! uma pessoa entre dezenas de outras q não estão interagindo com ele!! isso é o mais lamentável, porque então não há ao menos uma maneira prudente de evitar q tal situação ocorra. não há nenhum sentido aparente nas escolhas deste animal! como eu poderia esperar não ser o tipo de pessoa pra quem ele gosta de latir?
tenho procurado me afastar dele. infelizmente ele sempre se aproxima de forma ameaçadora, pequeno, sujo, mas com aquele olhar, sempre com aquele olhar. é como se soubesse q no fundo controla a todos por agir de forma desconexa e sem sentido.
eu tenho notado q ultimamente ele não precisa mais latir, não precisa mais efetivar o q todo mundo sabe q ele pode fazer. ele simplesmente chega perto. e olha a todos nos olhos, racionalmente, compreendendo.
ai, q raiva q eu tenho desse cachorro! ele não é nada do q ele pensa q é!! ele não pode ser!! tudo o q eu queria é q uma gangue rival de cachorros pegasse ele de jeito um dia e expulsasse ele pra sempre do campus! eu não posso mais ter tranquilidade enquanto frequentar o mesmo ambiente q esse bicho. e eu não quero, eu não sei reagir a ele!
eu fiquei um dia pensando. talvez tenha sido hoje, ou ontem. não lembro. eu sei q eu fiquei pensando o q eu faria se ele me atacasse. na frente de todo mundo, assim, e sem motivo algum. ele chegaria e começaria a latir pra mim. eu pensei q uma possibilidade seria encará-lo e latir pra ele também, agressiva. eu sou muito maior do q ele, no reino animal é assim q funciona. mas ele já está prepotente com o poder q pensa q tem (e na verdade tem, pq ele já descobriu q pode latir pra quem quiser q ninguém vai fazer nada, afinal ele é só um cachorrinho. grrrrr.) e poderiame atacar mesmo, com mordidas. ai, seria mais do q constrangedor. pq aí não saberia como me defender. então pensei q a única maneira seria subir na mureta perto da parada do ônibus, me apoiando na lixeira. claro, isso exigiria muita presença de espírito, haja vista q a essas alturas o cão estaria tentando me pagar pela perna.
e ele, então, continuaria a latir, provocando uma situação muito, muito chata. eu pensei q se eu estrangulasse o cachorro nessa situação, com, digamos, um cordão da mochila, as pessoas da parada iriam me condenar, porque, como sempre, é apenas um cachorrinho. ou seja, os seres humanos teriam a obrigação de se colocarem acima dessas paixões do reino animal. mas se o cachorro pudesse ele me comeria e a todos q eu amo! aquele cachorro o faria, eu tenho certeza!! eu estava encurralada. ele iria me pegar mais cedo ou mais tarde. eu precisaria acabar com isso deuma vez por todas!!!
argh!! esse cachorro me incomoda!
eu só queria q ele fosse embora. eu queria q ele escolhesse isso.

25.6.06

12. tinha esquecido a senha

demorei pra atualizar o blog porque tinha esquecido a senha pra entrar e o nome de usuário.
aí, nas diversas tentativas de nome de usuário e de senha experimentados por mim, aconteceu uma coisa meio louca. na hora foi muito louca, mas agora vejo q nem foi tanto.
coloquei de nome de usuário "cassiatiago" e uma senha muito usada por mim. aí foi parar num blog q não era meu. e o pior: o tal blog era assinado por eu e o desenho. inacreditável. aproveitei q estava lá dentro e apaguei o blog, né.

bom, mas o tempo passou e uma série de coisas importantes aconteceram enquanto eu não podia seguir escrevendo aqui no "eu e o desenho" verdadeiro. uma delas, talvez a mais importante de todas, é que comecei a colecionar as figurinhas da copa, atividade q tem me consumido por completo. tenho dedicado horas preciosas, sobretudo à organização das figurinhas repetidas. também participei intensamente de fóruns virtuais de trocas de figurinhas, mas esses lugares em geral são um tanto doentios, de modo que preferi deixá-los de lado por um tempo. vaidades, traições, inimizades... essas coisas se sobrepuseram aos bons amigos conquistados. preferi continuar meu caminho da coleção solitária. e a cada novo escudo conquistado pelo suor da troca bem feita, ou da boa compra, tenho a certeza de que estou fazendo a coisa certa.
tudo isso me fez adquirir algum conhecimento acerca das bancas: não existe boa banca. toda banca, com o passar do tempo, se torna obsoleta. o importante para quem coleciona figurinhas é ter a consciência de que deve mudar de banca a cada nova compra. isso dá ao colecionador a ilusão de que está, de alguma maneira, interferindo em um processo sobre o qual, na realidade, ele não tem o mínimo controle. pra mim, essa é a grande sacada: se iludir ajuda a ordenar o caos das compras desconexas e sem sentido.

outro acontecimento importante e lastimável: ontem, assistindo o canal português para ver os comentários deles a respeito do jogo contra a holanda, fiquei sabendo q o sujeito genial q em sua fase mais criativa produziu "o barco do amor", morreu. enfim, pelo menos "o barco do amor" ainda passa na tv 2 guaíba. infelizmente as figurinhas têm me consumido a ponto de perder os episódios desse seriado inigualável. este maldito site www.infantv.com.br/barcoamor.htm tem uma impressionante descrição do seriado, mas não permite q se copie o texto.

outra lástima é q o rodrigo deve estar, nesse momento, se preparando pra viajar. o lado bom é q ele vai para são luís do maranhão, um lugar evidentemente mais bonito do q aqui: uma ilha dos trópicos, com belas e paradisíacas praias e os lençóis. ah, os lençóis...

* * *

como aquele desenho insiste em me importunar, pedindo pra usar o computador, atividade em q ele evidentemente vai levar horas, vou ter q continuar o post reativador do blog numa outra oprtunidade.

20.4.06

11. projeto maravilhas

fazia tempo q eu não me animava a escrever nada aqui no blog. mas o louco do rodrigo me animou nesse momento, sem nem mesmo ter falado comigo. só de olhar pra página dele no orkut eu tive vontade de escrever sobre o projeto maravilhas.
o projeto maravilhas foi o dia do desaniversário do rodrigo e de outros amigos dele q igualmente não faziam aniversário no dia da comemoração. e todo mundo tinha q ir fantasiado. eu me fantasiei de marcus e o marcus se fantasiou de eu (hehehe dã). e depois o desenho chegou, mas não estava fantasiado.
nós pintamos muitos gatos e assistimos o desenho da alice. e o marcus e eu tomamos água com gás e depois o desenho tomou água com gás junto com a gente. o rodrigo tomou chá. ele e os amigos dele se esmeraram muito com a decoração da festa, parecia um lugar pelo qual as pessoas pagariam.
o marcus e o desenho ficaram nessa festa, como fica claro nesta fotografia:

tá, não fica tão claro, pois a mão do marcus, nessa foto, está apoiada no ombro do rodrigo. mas embora não haja registros do caso, a verdade é q o marcus e o desenho ficaram naquela festa. atentem para a perfeição da fantasia do marcus, q realmente está muito parecido comigo, de verde. atentem ainda para a cara de louco do rodrigo, para comprovarem o q eu venho dizendo há tempo: ou o rodrigo é a pessoa mais louca do mundo, ou ele é a pessoa mais certa da cabeça q eu já conheci nesse mundo. como as outras pessoas ele definitivamente não é.

10. uns loucos



21.3.06

9. férias

eu penso q a saudade bateu, mas não por causa do começo das aulas. por causa da velha q mora aqui do lado da casa do desenho. TODOS os dias às SETE da manhã ela começa a fazer barulho. e hj passou tanto dos limites q eu cogitei jogar um saco de mijo na janela da casa dela.

mas vou tentar pensar em coisas boas. de preferência do passado, pq no presente eu só penso em coisas mal-cheirosas atingindo a fachada da casa dela.



esse é o lindo desenho, em daniela. parece q ele é o q faltava pra paisagem ficar mais bonita.





essas são numa ilha q tb pertence a florianópolis. senti o peso da história nesses casarões. até hj me arrepia pensar.



pois é. a saudade bateu e doeu.

8. sonho

na noite passada tive um sonho que pode parecer bobo, mas que, pra mim, foi assustador em diversos momentos. geralmente qdo a gente acorda percebe q o sonho era bobo.

era assim:
eu estava chegando na minha casa, tava no portão, me preparando pra entrar. daí, veio a mara, do big brother, puxou um revólver e atirou contra um ônibus q passava na rua. no sonho eu sabia, embora não estivesse olhando: dentro do ônibus estava o tirana, o cangaceiro da novela mandacau, interpretado pelo victor wagner.
e por que a mara estava atirando no tirana?! pq o tirana era amásio dela e estava com uma gostosa dentro do ônibus. e disso eu já sabia, no sonho, antes de ver. mas, mesmo sabendo, eu me virei e pude ver o tirana dentro do ônibus, de pé, com a garota do lado [gostosa, blusa branca, peituda]. eu me virei pra ver, mas, de medo, eu havia me abaixado [vai saber se o tirana resolve revidar. podia dar tiroteio...].
eu lembro com clareza dessa cena toda. e lembro também q eu sabia q, além do fato de o tirana estar com uma outra garota dentro do ônibus, havia ainda outras coisas q faziam mara ter raiva dele. entre essas coisas, tinha toda uma vida de humilhações a q ele a sujeitava. andar com outras mulheres na frente dela, sem se importar, não era nem metade do desrespeito de tirana para com mara. tirana também era violento. e mara, com medo de simplesmente fugir daquela vida, resolveu matar se opressor. o momento foi aquele. a garota de branco foi a gota d'água.
eu não sei como, mas eu sabia de tudo isso no sonho. de toda a vida pregressa de tirana e mara q provocara aquela situação. mas eu tb sabia mais: eu sabia q mara, logo após o disparo, havia se arrependido. mas não havia se arrependido de matar tirana, mas sim de q talvez não tivesse acertado o alvo. estava arrependida de ter agido com paixão, o q pode ter atrapalhado sua pontaria.
isso significava uma coisa: tirana podia ter sobrevivido ao atentado de mara. e, se isso fosse verdade, mara corria sério risco de vida.
assim, ela me pediu, trêmula de medo, q eu fosse verificar se tirana estava morto ou não.
como era um sonho, já não tinha mais ônibus nenhum, nem mulher de blusa branca, nem tirana baleado ali na minha rua. o tirana, segundo a mara, estaria na casa deles [pra onde ela não voltaria tão cedo, agora era uma fugitiva]. eu deveria, portanto, ir até a casa deles e ver o q havia acontecido com tirana.
chegando lá, ele estava terminando de enfaixar o seu braço. o tiro tinha atingido apenas o ombro do cangaceiro. temi. se ele soubesse q eu era amiga da mara podia ficar com raiva de mim.
mas, para minha surpresa, tirana foi um amor. foi tão querido q, qdo eu vi, parecia q eu tinha uns 8 anos de idade e sentei no colo dele. e ele me ofereceu bolacha recheada, ou vice-versa, o q indicava, no sonho, q nós estávamos nos dando bem.
mas eu ainda temia q ele descobrisse a minha amizade com a mara. e temia, tb, perder a amizade dos dois. por um lado, a mara podia me odiar por ter ficado amiga do tirana. por outro lado, o tirana podia me odiar se soubesse de minhas relações com mara.
assim, me despedi dele e fui pra minha casa, onde eu deveria ficar escondida, como se ela estivesse abandonada. ningém podia me ver. dentro da casa, no entanto, estava o meu irmão. avisei a ele q não podia deixar ninguém saber da nossa presença ali. foi aí q eu escutei aquela voz...
uma voz fina e alta. era a minha prima, ana paula, q mora em tramandaí [na vida real ela realmente mora em tramandaí, mas não tem aquela voz horripilante]:

- úúúúúú-úúúúú

ela fazia assim pra nos chamar.
mas o meu irmão estava se escondendo e não podia ser visto [sim, eu sei q inicialmente eu é q estava me escondendo, mas nesse ponto do sonho ocorre essa reviravolta]. então eu propus a ele q tirasse os tênis, para q ela não escutasse os passos dentro da casa, o q ele fez.
minha prima continuava com aquela voz assustadora, chamando. ela circundava a casa nos chamando. foi horrível.
eu propus ao meu irmão q ele se escondesse no meu quarto q eu a atenderia. ela não ficaria sabendo q ele tb estava lá.
sentamo-nos, eu e ele, no chão do corredor, enquanto escutávamos aquela voz lá fora.

e aí acabou.

assustador, né?
vou colocar o tirana e a mara aqui embaixo, pra vcs verem um pouco do q eu vi. vejam se não formam um belo casal.

20.3.06

7. de volta às tabelas

passei o fim-de-semana entre a confecção das tabelas para a pesquisa e o jogo do roda a roda on line [cujo linque coloquei aqui do lado], com narração do sílvio santos [e com participação da patrícia].
marcus e eu tivemos uma reunião sexta-feira com o benito para tentar sanar algumas primeiras dúvidas q surgiram já no começo dessa nossa longa investida como historiadores. no meu caso, o principal problema era aquele mesmo q já falei aqui: a definição do meu objeto. quem vão ser os integrantes da minha pesquisa?
como eu já disse, consegui uma lista de mais ou menos 400 nomes de pessoas q, em algum momento, foram sócias do partenon literário. o meu negócio era diminuir esse nome para tornar a pesquisa factível [e eu penso q a questão da diminuição até não só pelo tempo, mas também por uma série de outras coisas q eu não sabia muito bem dizer].
após esse sábado e domingo de sol e chuva q passei em cima do computador [o q explica um pouco o post logo abaixo deste...] tenho algumas respostas às minhas questões. talvez sejam ainda respostas parciais, mas eu tenho um horizonte agora.
em primeiro lugar, não adianta eu ficar querendo definir critérios quantitativos para a delimitação dos meus personagens [lugar para onde alguns dos caminhos da minha pesquisa estavam me levando]. a primeira reflexão q tinha q ser feita eu acho q já rolou este fim-de-semana: pq eu preciso delimitar esse grupo? quem eu realmente quero pesquisar?
a resposta tava lá no meu projeto: meu objetivo com essa pesquisa é conhecer um pouco mais a dinâmica do meio intelectual [se é q se pode chamar assim. por enquanto vamos chamar assim.] rio-grandense no século XIX. mas acontece q, no século XIX, as coisas eram muito mais difusas do q hoje. os caras não tinham uma única profissão. e, como o jonas mesmo disse, os políticos em geral se dedicavam à literatura também, em algum momento de suas vidas.
bom... vamos deixar essa parte da história congelada aqui um pouquinho, q eu vou explicar melhor algumas outras coisas q eu andei fazendo... como, por exemplo, tabelas. sempre elas.
fiz inúmeras, de todos os tipos q se possa imaginar. entre elas, fiz também um censo, digamos assim, de quem é q participou das reuniões nos anos de 1872 e 1873 [q são os anos cujas atas ainda existem]. anotei lá numa tabelinha todo mundo q participou de reuniões e quantas vezes participou. só q depois eu não sabia direito o q fazer com aquilo, pq por um lado era uma das únicas informações q eu tinha e q poderia me ajudar a delimitar esse grupo e, por outro, eram informações quantitativas e bobas. tá, eu fiquei com preguiça de pensar em uma palavra melhor do q bobas pra escrever ali. mas foi assim.
como é q eu poderia definir um número de reuniões [por exemplo: 4] e dizer q com uma frequência acima de 4 reuniões [pra pegar o exemplo dado] o cara estava na minha lista de carinhas pra estudar e pra baixo de 4 não estavam? isso não faz nenhum sentido.
então eu resolvi parar de olhar praquelas tabelas todas e pensar NOS CARAS. pensar neles indo lá nas reuniões... em dois anos o cara foi em 4 reuniões. e eu fiquei pensando neles indo e participando e fiquei pensando no q os moveu até lá e q tipo de pessoa eles eram. essas coisas.
aí eu resolvi q, embora o resultado do meu "censo" fosse em números, ele não era um dado quantitativo. ele expressava não só um número de reuniões, mas sim uma forma de se relacionar com a sociedade e com o resto do grupo.
as pessoas q eu gostaria de ter na minha pesquisa, o grupo cujo perfil eu quero conhecer é justamente o grupo de pessoas q, no século XIX em porto alegre, dedicou uma boa parte da sua vida a uma associação literária [no caso o partenon] e levou essa associação a sério como uma parte constituinte da sua rotina e da sua vida. se tinha lá um deputado q foi aprovado como sócio e compareceu a duas reuniões e nunca mais deu as caras em NENHUMA OUTRA atividade em NENHUM OUTRO momento, então esse não é tipo de cara q eu quero incluir na minha pesquisa, mesmo q ele tenha escrito as suas poesias lá no seu quartinho, quando ficava triste. os caras q eu quero são caras q SE ENVOLVIAM. caras q SE DEDICAVAM.
então, se eles se dedicavam vão ter q ter deixado alguma fonte. ou vão ter q ter ido às reuniões, ou vão ter q ter participado de alguma diretoria, ou de alguma comissão, ou vão ter q ter sido lembrados pelos amigos em livros de memória. sei lá. mas esse cara, se se envolveu, alguma coisa deixou. se não deixou, paciência. se deixou, mas essa coisa não existe mais, paciência. toda pesquisa histórica tem essa mesma limitação. não é peculiaridade da minha.
então, sob essa nova perspectiva, tô fazendo uma nova tabela. =))
uma tabela q cruza informações diversas q acabam por dividir os meus amiguinhos em três grupos: o grupo dos "confirmados" [aqueles q, sem dúvida, entram na pesquisa]; o grupo dos "incertos" [aqueles q não entram ainda, mas sim se aparecerem fontes q provoquem uma reviravolta]; e o grupo dos "excluídos" [aqueles q estão fora mesmo. não tem jeito].
no fim das contas, meu objeto é bastante fluido. ele vai sendo criado ao longo do trabalho. bom, por enquanto, tô gostando da maneira como resolvi esse problema. tô pronta pra outros, eu acho.

ah. não deixe de visitar o site do sbt.

18.3.06

6. lista de compras

quando eu tiver dinheiro a primeira coisa que vou comprar é um mac. não posso admitir que pessoas como as que trabalham na microsoft dediquem suas vidas a fazer uma coisa, uma única coisa, ganhem muito dinheiro fazendo essa coisa, e a façam mal feito!
não existe nenhum programa pior do que o microsoft word, que não funciona. ele simplesmente não funciona. e não há nenhuma razão para não funcionar, acontece que de tempos em tempos ele simplesmente fecha. assim, sem motivo algum!
nada funciona.

11.3.06

5. restrições

comecei a restringir minha lista de nomes a pesquisar. está sendo difícil, mas com uma dificuldade diferente da que eu imaginava. não é difícil por ser chato olhar o fichamento de cada ata em busca de quem efetivamente comparecia nas reuniões. essa parte é a mais automática e a mais simples.
o complicado é uma parte que também é de certa forma divertida, por ser um trabalho quase de detetive. é descobrir quem é quem quando as atas não são claras.
eu explico: às vezes aparece ali só o sobrenome, digamos, carvalho. aí eu vou lá na minha planílha e marco um xis no carvalho, que compareceu a uma reunião do partenon. aí, no dia seguinte, aparece o crescentino de carvalho na reunião. tá e aí? é o mesmo carvalho da reunião anterior, ou não?
pra ter certeza desse tipo de coisa eu tenho feito malabarismos e, algumas vezes, não dá nunca pra descobrir. o pior é q eu acho necessário saber quem comparecia na maior parte as reuniões do grupo pra poder determinar quem continua na pesquisa. só permanece quem participa. se o cara é sócio e nunca pintou numa reuniãozinha sequer, então ele não pensava muito a respeito do partenon, não tomava muitas decisões e, portanto, não era o partenon. não fazia o partenon.
outro ponto de dificuldade é estipular uma quantidade de participações em reuniões que eu considere relevante pra que o sujeito passe a ser considerado importante pra associação. quer dizer, eu não pretendo encontrar um número exato de reuniões a q eles devem ter ido pra q signifique q eles eram pessoas participantes das decisões do grupo. não é isso. mas, em geral, nas atas as informações q eu tenho são pouco informativas... são só nomes mesmo...
então se o landell foi a duas reuniões e depois desapareceu, será q ele era significativo pro grupo? será q ele pode ser considerado qdo eu estiver montando o perfil sociológico do grupo? ele pode ter ido só pra ver como é q era, sei lá. daí viu q era meio chato, não era muito a praia dele e nunca mais foi. ou então o landell se mudou pro interior do estado, ou foi pro rio de janeiro estudar e não pôde mais ir às reuniões - no entanto ele seguia trocando correspondências com o apolinário e de vez em quando mandava uns livros e jornais do rio pro pessoalzinho de porto alegre. nesse caso, eu acho q ele era parte do partenon literário sim. no caso anterior eu acho q não.
tem alguns casos q são inquestionáveis, tipo o apolinário porto alegre. ia a todas as reuniões, foi presidente, batalhava pelo grupo. o partenon literário era parte da vida dele. era um projeto pessoal do cara, eu penso.
outro caso: caldre e fião. nas poucas atas q restaram ele pouco aparece. ele quase não ia a reuniões e tal. no entanto o caldre e fião era uma figura importante dentro do grupo pq eu sei q ele até doou uns terrenos pra construir a sede. e eu sei q a sede foi meio q idéia dele. e eu sei q ele tinha várias idéias - deixava a gurizada tocar as coisas pra frente, mas pensava muito em como ajudá-los, orientava. pelo menos é q parece.
agora, vamos supor q tem um zé mané q pouco aparece nas atas. foi a uma meia dúzia de reuniões, sem muita continuidade. de vez em quando ele aparecia. eu posso não saber pq não tem fontes, mas de repente esse zé mané era um cara q, embora não estivesse nas reuniões, costumava encontrar os irmãos porto alegre no teatro são pedro. e, nesses encontros, após algum espetáculo, o cara dava dicas, perguntava pelo grupo, dava livros, ajudava da forma q lhe fosse possível. enfim, pode ser q o cara se importasse e participasse da construção da sociedade mesmo sem ir às reuniões. só q isso eu nunca vou saber.
essa parte, pra mim, é a mais difícil. como definir quem entra e quem sai da pesquisa? às vezes eu penso q só vou conseguir resolver esse dilema na hora de escrever a dissertação. pq vai ser nesse momento q eu vou poder deixar bem claro até q ponto eu consegui chegar, o q as fontes diziam e o q elas não deixavam claro. eu vou poder ser meio natalie davis (até parece!) e dizer: olha, até pode ser q tenha outros fulanos tão importantes qto esses q eu peguei. mas isso, hj em dia, é impossível de saber. o meu perfil do grupo, portanto, é limitado e não é nem um pouco científico - no sentido q muita gente ainda entende a ciência. mas foi o perfil q deu pra conseguir.

4. todo carnaval tem seu fim

depois q a mariana foi embora rolou um sentimento meio quarta-feira de cinzas, mesmo q a quarta-feira de cinzas já tivesse passado há tempo. foi estranho o jeito q tudo aconteceu, principalmente a hora dela ir embora. eu e o desenho ficamos o sábado comentando isso, melancólicos.
eu acho q foi a primeira vez q eu soube o q é uma quarta-feira de cinzas, coisa q nunca fez muito sentido pra mim.
roubei umas fotos do blog do marcus... são do churrasco tri estranho q rolou na noite da ida da mariana.






9.3.06

3. esse deveria ter vindo há uns dias

tenho medo de pensar no dia em q eu tiver q começar a restringir meu grupo de prosopografados. tá, 400 são muitos, não adianta nem tentar. eu nunca conseguiria informações sobre todos eles. mas diminuir esse número envolve uma aproximação com os 400 pra ver quem merece e quem não merece permanecer.
eu tenho tido uma consciência sacana de q esse é o próximo passo. tem q ser. senão como eu vou chegar na primeira reunião com o benito? ele ainda pensa q o número total é 173, mas q eu tô restringindo. imagina qdo ele souber q são 400 e eu não tô pensando muito sobre isso...

* * *

uma coisa q era quase uma dor de cabeça, mas sem ser, me acompanhou ao longo de todo o dia. uma coisa q me enchia o saco e me impossibilitava de dar qualquer explicação sobre qualquer coisa, pra quem quer q fosse.

* * *

no futuro, quero colocar aqui do ladinho da tela, do lado esquerdo de quem olha pra tela, um desenhinho q fiz, pra enfeitar. pode ser q eu coloque do lado direito tb. dificilmente vou conseguir fazer isso sozinha, então, se meu irmão não em ajudar, o mais provável é q fique sem desenho nenhum.

7.3.06

2. falando na banda ridícula da novela da tarde

outro dia eu e o desenho olhamos a novela da dinah. aquela q dá de tarde. a gente lembrava vagamente da história, pq assistimos da outra vez q passou, nos anos 90. o desenho lembrava q a dinah (cristiane torloni) era cobiçável. eu só lembrava q era muito legal essa novela.
aí assistimos. só q a dinah era feia, na verdade. se vestia com roupas super cafonas, largas e leves. aliás, todas as personagens femininas parecem se vestir assim. pelo menos as do núcleo rico e bem resolvido. a dinah, a cunhada da dinah, a mãe da dinah... todas se vestem assim.e os homens do núcleo rico, cujo principal representante é otávio jordão (antonio fagundes) seguem a mesma linha - só q não com vestidos largos e leves, mas sim com o moletom AMARELO jogado nos ombros.
a sensação q deu é q todas as pessoas estavam fora de moda. mas fora de moda de forma gritante, evidente, de modo q até mesmo alguém como EU se deu conta da cafonisse das pessoas. os cabelos eram praticamente intoleráveis. o mais ridículo, no entanto, era a banda: muitos, muitos roqueiros numa garagem. para mostrar aos telespectadores q se tratava de uma banda de rock, optou-se por um visual que incluia bandanas, calças estampadas com bandeirinhas dos estados unidos, óculos com lentes coloridas e cabelos longos e/ou arrepiados. as camisetas eram invariavelmente rasgadas. claro, era uma banda rock.

- cara, eu penso q a nossa banda tem tocar rock pauleira.

- ah, eu já acho q tem q ser música brasileira. eu acho q não tem nada a ver tocar música americana.

entra um terceiro personagem na conversa, q conclui o impasse de forma inquestionável:

- olha só: o público gosta de todo tipo de música... então eu acho q a gente tem q agradar o público e tocar um pouco de tudo nos shows... um pouco de música americana, um pouco de rock pauleira e um pouco de pagode. só assim a gente vai ficar famoso.

os outros, em coro:

- é isso aí, cara!! então vamos ensaiar!!!

1. considerações

por algum tempo vivi uma certa fixação pela minha pesquisa. não fazia mais nada q não se referisse a ela, apesar da preguiça de frequentar arquivos no verão. e, mesmo sem ir ao arquivo, minhas atividades domésticas se resumiam a procurar os nomes dos sujeitos q estudo na internet. detalhe: são mais de 400 pessoas.
organizei obsessivamente as 4 tabelas q vou precisar ao longo desse ano, em ordem alfanumérica. depois, procurei um a um no google.
reconheço q é uma fase introspectiva pela qual estou passando, já há algum tempo. com a vinda da mariana para porto alegre nesses dias, a coisa mudou de figura, a despeito do meu pouco jeito pra ocasiões sociais. talvez lamentavelmente [?] eu tenha perdido o jeito pra isso. ou talvez eu nunca tenha tido mesmo.
mesmo quando estou ocupada em me distrair, meu pensamento sempre acaba caindo nos 5000 campos das tabelas q preencherei no decorrer do ano. meu desejo é q eles estejam completos, repletos de informações. a partir da semana q vem volto com marcus pro arquivo.
eu quero mapas da cidade no período em q eles viviam aqui. eu quero saber onde eles moravam e o q eles faziam.
e eu sinto q isso torna minhas conversas demasiado restritas, pois é um assunto absolutamente desinteressante para a maioia das pessoas. é quase um autismo. talvez a maioria das pessoas pense q é quase uma genealogia, o q eu faço. uma enfadonha genealogia.
e eu, eu não vejo mais porquê falar de música, por exemplo, se todo mundo já sabe q o q eu gosto de ouvir não existe mais há cerca de 40 anos e, provavelmente, esse gosto não vai mudar tão cedo. não se depender das bandas novas. eu não quero falar sobre o q todo mundo já sabe a respeito, por exemplo, dos beatles. a única coisa q pode me fazer falar de música hj em dia são boleros e tangos pré-piazzola. mas mesmo assim daria muito trabalho começar a conhecer essas coisas. em rodas de pessoas onde o assunto predominantemente é música eu já estou na fase de calar. ou então comentar como é ridícula a banda q aparece na novela q dá de tarde.
ainda sinto de certa forma a mesma fixação pela pesquisa, só q agora de um jeito mais preguiçoso ainda. agora tenho preguiça de abrir as tabelas. o word vai demorar pra abrir, todos sabem. não é mais só uma antiga e até estimada preguiça de ir pro centro pesquisar. aquela q já era inseparável de mim. agora é uma coisa profunda e imobilizante. talvez seja o reflexo de uma semana de um ritmo intenso demais pra mim. fui em mais festas nessa semana do q em todo o ano passado [?].
as pessoas da minha idade gostam de comentar festas q frequentaram. eu gosto de falar q seria desejável pra mim morar num barco. e eu tb quero aprender a cozinhar - e cozinhar coisas saudáveis. pode ser o começo de um longo processo q me transformará em uma mulher de trinta anos.
ok, vou abrir minhas tabelas.