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20.10.09

69. aprendizaje

sei que hoje em dia está tri fora de moda na argentina, mas eu ainda gosto de sui generis. e são clássicos, porra. dizem tudo o que precisa ser dito. talvez no passado eu até já tenha posto aqui esta música, mas foda-se.



...aprendí a ser formal y cortés
cortándome el pelo una vez por mes
y se me aplazó la formalidad
es que nunca me gustó la sociedad...

de fato, uma das melhores coisas do ethos argentino é não achar os outros facilmente toleráveis. e uma das melhores coisas que li ultimamente, sem dúvida, foi aquele artigo no jornalista do olé que o desenho me mandou. gostaria de saber a repercussão que aquilo teve na própria argentina.
mas aquela descrição que ele coloca do maradona como verdadeiro argentino eu achei lindíssima. eu também sempre achei que o maradona é o melhor de todos e que o futebol argentino não perdeu nadinha com ele enquanto técnico. ok, não chegou a vencer em campo. mas não seria a argentina se não fosse assim, e se não fosse assim não seria bom.
esta coisa de ir do céu ao inferno em 1 minuto é fascinante. não ter autocrítica também.

19.10.09

68. maradona ou pelé?

67. maradona

Eliminatórias - 14/10/2009 - 05h13min


Peleia do Prata: "Maradona é o argentino mais argentino de todos"

Jornalista argentino do Olé fala de suas expectativas do clássico de hoje contra o Uruguai pelas Eliminatórias


Adrian Piedrabuena

A maior conquista de Diego Maradona não é ter convertido o gol mais bonito da história das Copas nem tampouco ter sido o maior jogador do planeta. Seu título máximo, aquele que nunca ninguém poderá alcançar, é o de representar o verdadeiro ser nacional. Diego foi, é e será o argentino mais argentino de todos. E essa condição será inalterável, independentemente do que o destino lhe tenha preparado para a seleção no Estádio Centenário. Diego resume a argentinidade como nenhum outro: talento, genialidade, arrogância, soberba, enorme capacidade de cair uma e mil vezes e levantar-se uma e mil vezes mais, falta de autocrítica, ilusão, esperança, autodestruição.

Enfim, a vida de Maradona bem pode se tratar da vida de um país que sempre teve tudo para ser feliz e jamais conseguiu. De ter tudo em um punho à dor de já não ter, sem meios termos. Diego põe em jogo sua coroa. Seus erros como treinador podem condená-lo. O povo que sempre o idolatrou e o acompanhou em suas recuperações hoje o critica, o questiona, pede sua cabeça. O “simdieguismo” que soubemos exercitar parece morto... Diego, como técnico, não é um Maradona, pelo contrário, é um treinador mais mortal da era moderna. Suas palavras não chegam a despertar Messi, seu Maradona. A seleção está em seu pior momento. E esse conceito não vai mudar por mais que hoje se classifique ao Mundial. O pais “futebolero” pede um milagre. O problema é que Maradona já não é Deus.

ZERO HORA - Editor-assistente do Olé, de Buenos Aires

66. não se assustemo!

que no perigo a bala vem, nós se abaixemo!

65. somos assim


64. a volta do boi

não tenho mais nenhum interesse por esse boi que falou aqui em campinas.
o tal boi e o escravo que ouviu o boi foi uma história interessante, mas, pra mim, de um interesse momentâneo. genuíno, mas momentâneo.
agora, o barão, esse sim me interessa. a família do barão. as várias gerações que encheram o cu de grana. isso me interessa sobremaneira. os títulos nobiliárquicos me interessam. o barão fascina.

17.10.09

63.

fiquei aqui pensando porque meus personagens favoritos são a criança e o ET.
o gordo e o agente da CIA são desprezíveis. mas seus atos desprezíveis estão amparados em deus, na ciência ou, simplesmente, na verdade. ou seja, tudo o que eles fazem de mais revoltante para eles não passa da atitude correta e verdadeira, da atitude natural a se tomar em cada situação.
a criança e o ET, contudo, sabem que seus atos revoltantes não estão amparados em nada, a não ser na sua própria opção por se comportar de uma maneira sem ética. eles não se valem de nada para legitimar esta sua opção, a não ser com o objetivo de manipular pessoas que acreditam na existência de uma verdade. eu acredito que por causa disto eles se tornem personagens bem mais interessantes.
lembrei-me do peixe. o peixe talvez seja equivalente ao cachorro. ele tem bons momentos, como nas piadas envolvendo a segunda guerra, mas não chega a ser absolutamente crente na falta de ética, como a criança e o ET. ele também, como o cachorro, busca mostrar a si mesmo que age de forma politicamente correta. mas não age.

62.

campinas tem se revelado uma experiência antropológica e tanto.
é, de fato, um excelente local para pensar sobre as pessoas, suas categorias pré-concebidas, suas crenças - e sobre identidade. sobre os poderes e os usos das identidades e da história.
cada vez mais eu vejo que não gosto mesmo de muitas pessoas; que eu acredito em mim. no tiago e em mim; que eu gosto demais dos desenhos do FX, o canal do homem. talvez meus personagens favoritos sejam o ET e a criança, embora eu ache o cachorro engraçado. sim, o cachorro é engraçado, mas disfarça. a criança e o ET vão longe na sua falta de ética e desejo de manipulação e onipotência. são meus favoritos, realmente.

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falando nisso, os episódios desta semana valorizaram muito a figura do ET. num deles, roger descobre que alguém roubou seu cartão de crédito e, determinado a acabar com a vida do meliante, bola um plano malévolo de justiça com as próprias mãos. lenta e friamente ele destroi cada pedacinho de felicidade da vida do homem que estourou o limite de seu cartão. antes de atear fogo no apartamento do sujeito, porém, ele se dá conta de que o tal meliante não passa de um seu alterego que se autonomizou e adquiriu vida própria. sem questionar em momento algum os limites de seus atos, ele destroi a si mesmo. e sai vitorioso.