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28.8.09

55. o boi falô

outra história lendária contada por andrea diz respeito ao "boi falô".
ao que consta, o barão geraldo teria mandado seu escravo toninho trabalhar com uma carreta de bois na sexta-feira santa (há controvérsias sobre o dia, pois também se supõe que possa ter sido no dia de bom jesus, em 6 de agosto).
o escravo obviamente não queria trabalhar pro barão e, como todo escravo que se preze, construiu uma estratégia para fazer com que o barão não mais quisesse que ele, toninho, trabalhasse. toninho entrou na mente do senhor e, sacando que a jogada mais certa era se valer do fato de que era dia santo para evitar o trabalho, inventou uma história de que o boi havia dito que não ia trabalhar por ser sexta-feira santa. ou seja, não era ele, toninho, que não queria trabalhar, mas o próprio boi havia sido atingido pela santidade do dia valendo-se da linguagem humana para expressar suas crenças cristãs.
algumas versões alegam que o feitor havia forçado toninho a trabalhar na porrada, como era de praxe, e que o boi teria falado diante do próprio feitor que, comovido, ajoelhou-se perante o animal e orou.
em outras versões, diz-se que logo a história se difundiu e naquele dia ninguém na fazenda trabalhou. todos, certamente, devem ter comemorado muito na senzala naquele dia, regozijando-se da belíssima sacada de toninho.
outras versões ainda afirmam veementemente que o barão, além de tudo, era homem descrente, mas que diante do fato incontestável do seu próprio boi lhe dar uma lição de moral, acabou se tornando cristão fervoroso.
a festa do "boi falô" ocorre até hoje em campinas, na sexta-feira santa, quando se serve uma deliciosa macarronada a todos os moradores da região. recentemente também foi realizado um documentário sobre a lenda e a festa do "boi falô", que coloco aí abaixo pra quem quiser ver.







o documentário e outras informações podem ser encontrados no site www.oboifalo.com.br

54. o barão

albino j. b. de oliveira não era genro do barão, mas sim seu sogro!
o barão casou-se com maria amélia barbosa de oliveira, filha justamente do conselheiro imperial acima citado! e, mais do que sogro e genro, ambos eram rivais. reza a lenda que a estrada de bambuzais não teria sido levada a cabo para que as albinas não tomassem sol, mas sim para que o barão não corresse o risco de avistar seu arquiinimigo e pai de sua esposa albino j.b. de oliveira, por sua vez proprietário da fazenda vizinha, a fazenda rio das pedras!

algumas fontes afirmam que o barão não teria se matado ingerindo veneno na sede da fazenda santa genebra após perder tudo, mas sim, teria sofrido um ataque cardíaco que o levou à morte ao se deparar com a desgraça que acometeu sua família no longínquo ano de 1907. a data precisa de sua morte é 01/10/1907. deve ter sofrido muito, já que pôs a perder todo o rechonchudo legado de sua rica e poderosa família: o barão geraldo foi um dos 16 filhos do marquês de valença.
ainda não desvendei o mistério sobre as filhas serem ou não albinas, nem se eram gêmeas, ou gêmeas siamesas. mas sei que o barão teve três filhas, amélia, marieta e elisa, sendo que apenas uma delas se casou, amélia. seriam marieta e elisa albinas e siamesas? a tal amélia, aliás, tornou-se escritora.
sobre a minha rua, também não obtive informações, mas ao menos descartei a possibilidade de se tratar de uma das albinas. luís vicentin, titular da rua do marcus, foi uma pessoa "bondosa". segundo uma de minhas fontes, ele teria sido "leiteiro, cachaceiro e benfeitor do distrito". foi ele que construiu a igrejinha perto da minha casa.

53. as belezas naturais do barão geraldo

pode ser o excessivo contato com revistas oitocentistas, mas estou particularmente interessada, como já mencionei em outro post, nas belezas naturais da cidade de campinas.
sim, nas revistas literárias oitocentistas sempre tinha uma poesia e comentários sobre a natureza exuberante de algum rincão qualquer. às vezes, a poesia era sobre a natureza exuberante do rincão em questão.
enfim, o fato é que fiquei encantada com as vistosas flores e frondosas árvores do bairro onde resido por aqui.
por isso, fotografei algumas coisas nesta semana e aqui as deixo para exibição pública e para calar a boca daqueles que só veem beleza quando ela salta, exuberante, aos olhos da gente.

 
  
  
 

52. barão geraldo: o homem e o mito

desde que vim morar no barão geraldo, tenho curiosidade de saber quem foi o tal barão geraldo, como ele viveu e, sobretudo, se foi ele quem deu o brinco de ouro pra princesa.
pois, eis que esta semana andrea me revela informações contundentes a respeito do barão geraldo, não o bairro, mas o barão himself.
segundo ela, o tal barão tinha uma fazenda onde hoje é o bairro e, obviamente, era uma fazenda de café. sua história e a de sua família foi marcada pela tragédia, já que o barão faliu, perdeu tudo e, então, morreu de melancolia. uma de suas filhas albinas cometeu o suicídio.
achei particularmente interessante o fato de a história ser trágica e também o fato de o barão ter tido duas filhas albinas. cogitei que talvez fossem gêmeas, além de albinas, mas de acordo com andrea esta informação não procede. wagner, por sua vez, acha que seria ainda mais interessante se além de albinas e gêmeas, fossem gêmeas siamesas. de fato, seria. mas não é, e um forte sentimento empiricista tomou conta de mim, a ponto de desejar desvendar a verdade sobre o barão e sua família. fazer a crítica interna E externa das fontes e atingir o âmago da questão.

portanto, recorri ao google.

concordo que não foi a atitude que ranke recomendaria ao historiador, mas creio ter encontrado coisas peculiares, por exemplo, uma FOTO do próprio barão geraldo acompanhado de sua família na fazenda santa genebra, onde residia. seu nome completo era geraldo de souza rezende.
a foto foi encontrada num interessante blog que busca preservar a memória de campinas.


não sei se são meus olhos, mas não vejo nenhuma moça albina. talvez seja apenas uma lenda que envolve o homem. em todo caso, o google também me informou que o barão, embora não tenha morrido de melancolia, cometeu o suicídio após tudo perder. é claro que não se morre de melancolia num sentido literal, mas acho que o suicídio é uma prova cabal de que o homem não estava num momento de muita felicidade com a sua vida. a fazenda santa genebra foi a leilão e muitos imigrantes adquiriram lotes de terras, por isso hoje em dia há nomes de ruas como "luís vicentin" e outras coisas "vicentin".

outra história peculiar, desta vez contada pela andrea e não pelo google, diz respeito a uma das meninas supostamente albinas. uma delas teria se casado com o albino j. b. de oliveira (que hoje é nome da avenida no centro do barão). o mais engraçado é que a moça albina não se chamava "albina" e o seu marido não era albino, mas se chamava "albino". curioso, não? é pena que a foto, a princípio, desminta o boato sobre as filhas albinas.

24.8.09

50.

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adendo retificativo: onde, no post número 48 sobre o projeto de ver todos os filmes de ben stiller, lê-se que tal projeto choca-se com o projeto de não assistir animações, corrijo para: "choca-se com o projeto de não assistir animações com elefantes pretensamente divertidos".
agradeço ao desenho por me alertar para tal erro grave, reportando-se a "waking life".
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49. franco moretti: gráficos

terminei o capítulo sobre o uso de gráficos em história da literatura do livro do franco moretti, "a literatura vista de longe".
o franco moretti é um italiano que leciona literatura comparada na universidade de stanford e tem se ocupado de pensar a história da literatura diferentemente da crítica tradicional. ele considera que a história da literatura preocupou-se tão somente com as obras clássicas e de refrência dos gêneros, dando muita ênfase aos cânones e esquecendo-se por completo da literatura "baixa", "pequena" ou como se quiser denominar aqueles escritores que permanecem até hoje no mais completo anonimato, e suas obras.
pro moretti, se olharmos a literatura "de longe", através de gráficos e de mapas, por exemplo, veremos uma nova literatura aflorar, já que levaria-se em conta todo o conjunto de escritores "menores" e que não se tornaram consagrados - mas que, no entanto, publicaram e foram lidos.
pois, toda a parte sobre os gráficos é bastante sugestiva e traz boas reflexões, mas não tenho certeza se chega a resultados muito inovadores - que seria a expectativa da utilização de novos métodos.
na verdade, a grande sacada que ele esperou trazer foi a percepção de ciclos numa história literária que abarque várias décadas (quem sabe séculos) de produção. então uma das coisas que ele defende é que os gêneros do romance convivem durante cerca de 20-30 anos e, simultaneamente, são todos juntos substituídos por novos gêneros. sendo assim, num mesmo momento histórico haveria vários "horizontes de expectativas", porque haveria vários gêneros literários em perfeita harmonia. mas, dentro de 20 ou 30 anos de convivência, estes gêneros, todos juntos (e isso é importante pro argumento dele), entrariam em declínio e seriam relegados ao ostracismo completo, sendo que outros gêneros novos tomariam o lugar deste antigo grupo.
ele não sabe muito bem explicar o porquê desta dinâmica, mas aposta que deve ter algo a ver com sucessões de gerações literárias. não há como explicar convincentemente a razão de os ciclos destas gerações serem tão estáveis (sempre duram de 20 a 30 anos).
bom, acho que ele coloca boas questões e o ponto de vista que esta metodologia faz emergir é de fato bastante intrigante. mas não me senti plenamente satisfeita com as soluções que ele encontra, ou, pelo menos, com a forma como ele as apresenta. acho que, até o momento, a literatura na história que ele conta ainda está muito afastada da história. sim, porque tomando apenas um conjunto de gráficos, embora novas e interessantes questões apareçam, não há como oferecer uma explicação que passe pela história. os gráficos tratam apenas da produção de livros. esta produção de livros, portanto, permanece alijada de todo o resto da época e dos homens que a produziram.
eu gostaria de trabalhar um tantinho com esta metodologia pra poder testar melhor estas coisas todas, tanto as questões que ele propõe, quanto uma crítica à maneira como os gráficos, mapas e bancos de dados são produzidos. sim, porque ele não deixa muito claro como estas coisas foram de fato elaboradas e de que forma esta confecção interfere nos resultados oferecidos. creio que seria deveras interessante mesclar esta literatura vista de longe do moretti com uma literatura vista bem de perto e testar os limites de cada uma delas.
a revista veja fez uma adaptação de alguns gráficos do moretti. evidentemente que são adaptações e o livro dele não é tão colorido assim.

48. projeto: ben stiller

essa semana assisti a mais um filme do ben stiller. pra quem não sabe, tenho o projeto de assistir a todos os filmes deste adorável comediante. minha área de concentração, por enquanto, tem sido os anos 2000, mas sem ênfase nos seus últimos trabalhos.
bem, o filme que vi nessa semana é fraquíssimo, chama-se "tenha fé" e é com o edward norton loiro. é realmente muito fraco e pouco engraçado. pra falar bem francamente, não é um filme engraçado. entretanto, meu projeto é ver todos os filmes de ben stiller, então é preciso. talvez eu abra uma exceção e não assista aos madagascar, porque aí se choca com um outro projeto meu que é o de não assitir animações.


2009 - Uma noite no museu 2 (Night at the museum: Battle of the Smithsonian)
2008 - Madagascar 2 (Madagascar: Escape 2 Africa) (voz)
2008 - Trovão tropical (Tropic thunder)
2008 - Marc Pease experience, The
2007 - Elmo's Christmas countdown (TV)
2007 - Antes só do que mal casado (Heartbreak kid, The)
2006 - Danny Roane: First time director
2006 - Tenacious D in: The pick of destiny
2006 - Escola de idiotas (School for scoundrels)
2006 - Uma noite no museu (Night at the museum)
2005 - Madagascar (Madagascar) (voz)
2004 - Sledge: The untold story
2004 - O âncora - A lenda de Ron Burgundy (Anchorman: The legend of Ron Burgundy)
2004 - Com a bola toda (Dodgeball: A true underdog story)
2004 - A inveja mata (Envy)
2004 - Starsky & Hutch - Justiça em dobro (Starsky & Hutch)
2004 - Entrando numa fria maior ainda (Meet the Fockers)
2004 - Quero ficar com Polly (Along came Polly)
2003 - Nobody knows anything
2003 - Duplex (Duplex)
2002 - Correndo atrás do diploma (Orange County)
2002 - Run Ronnie Run!
2002 - You'll never wiez in this town again
2001 - Os excêntricos Tenenbaums (Royal Tenenbaums, The)
2001 - Zoolander (Zoolander)
2000 - Mission Improbable (TV)
2000 - Produção Independente (Independent, The)
2000 - Entrando numa fria (Meet the parents)
2000 - Preto e branco (Black and white)
2000 - Tenha fé (Keeping the Faith)
1999 - The Suburbans - O recomeço (Suburbans, The)
1999 - Heróis muito loucos (Mystery Men)
1998 - Uma vida alucinante (Permanent midnight)
1998 - Seus amigos, seus vizinhos (Your friends & neighbors)
1998 - Quem vai ficar com Mary? (There's something about Mary)
1998 - Efeito zero (Zero effect)
1996 - O pentelho (Cable guy, The)
1996 - Procurando encrenca (Flirting with disaster)
1996 - Lado a lado com o amor (If Lucy fell)
1996 - Um maluco no golfe (Happy Gilmore)
1995 - Turma da pesada (Heavyweights)
1994 - Caindo na real (Reality bites)
1992 - Highway to Hell
1990 - A sorte no lixo (Working Tra$h) (TV)
1990 - Stella - Uma prova de amor (Stella)
1989 - Elvis stories
1989 - Marcados pelo ódio (Next of Kin)
1988 - Obsessão (Fresh horses)
1987 - Império do sol (Empire of the sun)
1987 - Hot pursuit
1987 - House of blue leaves, The (TV)

23.8.09

47. caligula would have blushed 2

tenho tido muito nojo de arroz, ultimamente.
não, não é só o arroz aqui de campinas.
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adendo informativo: até hoje é um mistério pra mim como pode o arroz servido nos restaurantes aqui de campinas ser tão ruim. é ruim mesmo, chega a ser intragável. me fez ter traumas de comer arroz. minhas pesquisas indicaram que o gosto não depende da qualidade do local onde ele é servido. pode ser em bons restaurantes ou em restaurantes ruins, o gosto é o mesmo.
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 mas não é só o arroz de campinas que me enoja. meu próprio arroz tem sido alvo da minha incontrolável repulsa, desta vez não por causa do gosto, mas da aparência.
tudo começou quando eu e o desenho fizemos um delicioso liguado ao molho de alcaparras (aliás, esquecemo-nos completamente de colocar as alcaparras! assim mesmo estava delicioso!). saciados e em êxtase após a refeição, nenhum de nós se animou a limpar a sujeira alimentar e peixística que havia ficado sobre a pia.
as dolorosas consequências deste mau passo se fizeram sentir no dia seguinte, quando, ao aproximar-me da pia, reparei que estava cheia de arroz sobre a superfície de inox. imprudentemente toquei em alguns grãos do misterioso arroz que ali aparecera e comecei a lavar a louça do dia anterior. surpresa, reparei que o arroz se mexia qual um ser vivo. foi quando me dei por mim: ERA um ser vivo. eram vermes!!!
da noite para o dia apareceram VERMES na pia da cozinha, atraídos pelo forte cheiro dos restos mortais do linguado com o qual nos fartamos. os traumas permanecem até hoje e manifestam-se num horror terrível toda vez que me deparo com um repulsivo grão de arroz, grande, mole e molhado. eventualmente um pouco curvado. eu às vezes invejo aquelas pessoas que, ao pressentirem o aparecimento de vermes, inventam uma insólita cosmogonia em vez de criar uma instabilidade emocional qualquer.
eu considero um ultraje que estes nojentos restos do alimento já consumido convivam harmoniosamente, dentro da pia, com os utensílios e talheres com os quais tocamos nossas delicadas bocas todos os dias.

46. caligula would have blushed

tenho achado estes pratos nadir asquerosos ultimamente. os pratos rasos são como os pratos fundos. não gosto de almoçar em um prato fundo, é grosseiro. me sinto um glutão.
eu acho que comer já é degradante, mas se torna ainda pior quando se come comida normal em prato fundo. a pior visão, contudo, é a dos pratos rasos com aspecto de fundos dentro da pia após as refeições. por mais que se tire pro lixo, sempre restam vestígios do alimento que foi consumido. o prato, além de fundo, fica todo lambusado de coisas mortas que nós, humilhados, pusemos pra dentro do corpo.

45. atari pornô

uma das coisas que eu sempre achei das mais interessantes no atari são os jogos pornô. eles não servem pra absolutamente nada, a não ser pra serem interessantes.
em primeiro lugar, como em todo e qualquer jogo do atari, a dificuldade inicial é jogar. mas além de ser difícil cumprir a expectativa do jogo e pontuar, essa expectativa normalmente envolve uma trepada esdrúxula. entretanto, a tal trepada não é capaz (ao menos acredito eu, mas tudo é possível) de excitar os punheteiros de plantão, já que, obviamente, se trata de um mero jogo do atari e, portanto, mal se entende o que está acontecendo devido à péssima qualidade dos gráficos.
ou seja, o jogo não serve como um jogo qualquer porque, em geral, os jogos pornô são mais difíceis de jogar do que os demais; e a sua característica sexual também não serve a possíveis objetivos sexuais que, por ventura, alguém possa ter, porque os gráficos são muito ruins. são jogos pornô que não são nem jogos, nem pornô. sendo assim, sua única e inegável qualidade é o fato de serem extremamente interessantes. talvez a própria bizarrice de não servirem pra nada e, mesmo assim, existirem com conteúdo sexual, torne-os tão adoráveis.


resolvi escrever este post porque tive a ventura de descobrir, no blog do wagner, o linque para um artigo justamente sobre estes peculiares joguinhos. achei surpreendente o fato de tê-los cultuado por tanto tempo sem ter tido suficiente interesse para buscar informações a respeito. por exemplo, um dos meus favoritos, custer's revenge, é claramente preconceituoso e machista. trata-se do famoso general custer, que tinha entre suas principais atividades massacrar índios. neste jogo o general ataca sexualmente uma índia amarrada a um poste. é bastante realista, é verdade, mas extremamente de mau gosto por se tratar de um divertimento. contudo, dentre todos os jogos com apelo sexual do atari, este é o único, na minha opinião, cujo objetivo é possível de ser atingido.

bem, eu sempre comentei que o jogo era preconceituoso e etc, mas nunca havia buscado informações sobre a sua repercussão na época do lançamento, ou seja, o longínquo ano de 1982. pois, eis que por meio do referido linque fico eu sabendo que feministas e outras organizações de direitos humanos norte-americanas reprovaram cabalmente o joguinho de mau gosto, até a sua definitiva proibição, se não me engano em 1983, juntamente com os demais jogos sexistas da mesma empresa, a mystique. o interessante é que, fora o primordial custer's revenge, todos os outros foram relançados tempos depois, mas desta vez com a possibilidade de jogar com o bonequinho homem, ou com a bonequinha mulher. então, outro dos meus favoritos, o bachelor's party, também tem sua versão bachelorette's party. e eu que pensava que a mystique é que havia sido tri vanguarda ao propôr jogos pornô para ambos os sexos! que desolação!
bom, após ler o artigo proposto pelo wagner, saí em busca de mais notícias sobre o tradicional custer's revenge, joguinho que marcou parte da minha infância. e qual não foi minha surpresa ao descobrir que o jogo está RELANÇADO. sim, pelo que entendi, exatamente como na sua versão original. general george custer himself atacando a pobre índia.

22.8.09

44. finalmente

ora, vejam...
me deu vontade de ler o franco moretti =)

43. foto perdida de pelotas

tendo em vista que hoje, ao que parece, definitivamente ressuscitei este blog, aproveitei para reler antigas postagens. entre elas, a postagem acerca da segunda viagem que fizemos a pelotas, em 2007. na ocasião, não cheguei a colocar fotos do passeio, provavelmente porque como não levamos máquina própria tivemos de esperar uma pessoa desconhecida que ficou com nossos emails nos enviar as fotos dela.
então, apenas para deixar registrado, e por um certo cinismo lúdico pelo ridículo da foto enfim localizada, colocá-la-ei logo aqui abaixo:
 
este monumento ao mau gosto foi tirado numa pedra que é um labirinto construído nos jardins do museu da baronesa. o marido da tal baronesa, certamente um barão, mandou fazer pra ela este sórdido divertimento em frente à casa. trata-se de uma grande pedra dentro da qual existem cavidades que podemos escalar até chegar ao topo. então, para chegar onde chegamos, tivemos de enfrentar uma longa e árdua jornada por dentro da pedra que poderia nos render uma conquista por termos enfrentado nossos medos mais claustrofóbicos.
talvez as coisas colocadas desta maneira heróica torne de certa forma perdoável nossa pose, nossas caras e nossos cabelos (estes últimos frutos da época em que o alexandre tinha abandonado o salão para abrir uma pet shop...).
romanticamente falando, também estamos muito titanic, se considerarmos que a pedra é alta.
é pena que a primeira visita à cidade de pelotas não tenha nenhum registro material, já que ocorreu num momento pré-máquinas digitais - ao menos na minha vida de pobreza e mendicância.

21.8.09

42. rendendo-se

ok, já que hoje admiti publicamente que não trabalharei e não produzirei nada acadêmico, mesmo sujeitando-me a um doloroso arrependimento muito em breve, rendo-me a mais um post. e nada garante que este será o último do dia.
já que mencionei o apartamentão e, logo após, desviei-me embaraçosamente do assunto, publicarei uma foto da fachada da prédio:
 
lindo, não é mesmo? todinho azul da cor do mar.
a nossa janela será aquela do meio, a fechadinha. 
logo mais é possível que me ausente, o que evitaria o constrangimento de mais uma postagem no mesmo dia. acho que abrirei mão das tortinhas de frango que não suporto mais e comerei uma pizza gordurosa.
para fechar este dia inútil, eu talvez venha a me deleitar assistindo "até os anões começaram pequenos", filme pelo qual fiquei bastante interessada ao tentar sincronizar as legendas. não que ele não fosse interessante antes; o simples fato de ter anões já torna um filme interessante. assim como ter o ben stiller, ou o owen wilson.
 

41. mais chuva sobre campinas

pobre campinas.
foi só receber-me da volta das férias que está sendo vítima de um tempo descontroladamente chuvoso. e, segundo a previsão, a tendência é que assim permaneça por mais alguns dias.
como já disse, isso me desanima sobremaneira. não tenho vontade de sair de casa nem mesmo para ir ao barão, com seus funcionários sempre tão simpáticos [lembrar de colocar uma foto do barão mais adiante]. em casa, por outro lado, não tenho vontade de realizar minhas obrigações donas-de-casísticas e, ai de mim, tenho de conviver com a pia repleta de louças e restos variados e imundos de alimentos. felizmente, tenho sabido lidar com a repercussão psicológica de meus atos e não tenho me culpado como ocorre na propaganda da neura da limpeza. aliás, contento-me em nem mesmo dormir na minha confortável cama, trocando-a pelo duro e desengonçado sofá-cama azul. ali me deixo ficar por dias e dias, apenas ingerindo tortas de frango adquiridas no barão e outros suculentos petiscos da nabisco, bauducco e lacta, tais como o irresistível bon gouter de provolone.
algo que tem sido uma ótima companhia é, evidentemente, o site do FX, com os episódios completos de family guy e de american dad.

a quem se interessar: www.fxbrasil.com.br

acho que meu favorito é mesmo o american dad, com menos episódios exibidos gratuitamente no site - entretanto, a lista apresentada muda constantemente. ainda estou buscando captar a regularidade. outra hora escreverei longamente sobre isso, em um post destinado a esse assunto.

para não me desviar tanto, concluo dizendo que um outro companheiro de dias chuvosos será, certamente, joaquim manuel de macedo, com o seu clássico "a moreninha". tal obra-prima do romantismo mela-cueca brasileiro será discutida em aula.

40. aquele apartamentão

aquele apartamentão está quase pronto.
quase mesmo, falta só pintar (uma última demão de tinta) e lixar o parquê. no meio do mês que vem a sorrento vai colocar a cozinha, lindíssima, toda em fórmica na cor azul francês.
esta cozinha, aliás, foi um martírio. onde encontramos pessoas competentes que fazem móveis? será que ninguém nunca ouviu falar em fórmica, fórmica de verdade, a marca em si???
eu falava que queria em fórmica e me entregavam a paleta de cores de um laminado qualquer! era como se eu pedisse um nescau e me dessem um toddy, sabe?
também já inventei 1.845.984.287 de tipos diferentes de bancada para banheiro e confesso que talvez encontre no desenho e fabrico de objetos de decoração um tranquilo e agradável hobby. é pena, contudo, que tal atividade não esteja entre aquelas que a CAPES e o chalhoub avaliem como produtivas para o bom desenvolvimento de uma tese de doutorado.
em outro momento da vida já fiquei muito entusiasmada com o trabalho no arquivo e a produção de tabelas e bancos de dados, mas quem pode controlar as paixões, afinal? já faz um bom tempo que não tenho estado motivada a encarar as centenas de páginas do livro sobre escritores e nem mesmo franco moretti tem sido capaz de me animar. hum, porém agora a menção de seu nome me seduziu um pouco...
posso afirmar sem medo que a ideia de elaborar mapas sobre literatura e inferir coisas valendo-me de um sofisticado banco de dados me é bastante aprazível. não sei exatamente o que me impede de fazê-lo. tendo a apostar no clima, mesmo que me desvie perigosamente para uma crença no determinismo climático. a ausência do desenho poderia também ser uma boa razão para meu desânimo, mas creio que a presença dele igualmente me desmotivaria a fazer meu trabalho.
acho que preciso esgotar-me de fazer outras coisas até ansiar pelo retorno às atividades socio-mapístico-literárias. e torcer pra que o sol volte a brilhar em campinas - se eu não me animar, pelo menos a calça que está há uma semana no varal pode secar.