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23.8.09

47. caligula would have blushed 2

tenho tido muito nojo de arroz, ultimamente.
não, não é só o arroz aqui de campinas.
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adendo informativo: até hoje é um mistério pra mim como pode o arroz servido nos restaurantes aqui de campinas ser tão ruim. é ruim mesmo, chega a ser intragável. me fez ter traumas de comer arroz. minhas pesquisas indicaram que o gosto não depende da qualidade do local onde ele é servido. pode ser em bons restaurantes ou em restaurantes ruins, o gosto é o mesmo.
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 mas não é só o arroz de campinas que me enoja. meu próprio arroz tem sido alvo da minha incontrolável repulsa, desta vez não por causa do gosto, mas da aparência.
tudo começou quando eu e o desenho fizemos um delicioso liguado ao molho de alcaparras (aliás, esquecemo-nos completamente de colocar as alcaparras! assim mesmo estava delicioso!). saciados e em êxtase após a refeição, nenhum de nós se animou a limpar a sujeira alimentar e peixística que havia ficado sobre a pia.
as dolorosas consequências deste mau passo se fizeram sentir no dia seguinte, quando, ao aproximar-me da pia, reparei que estava cheia de arroz sobre a superfície de inox. imprudentemente toquei em alguns grãos do misterioso arroz que ali aparecera e comecei a lavar a louça do dia anterior. surpresa, reparei que o arroz se mexia qual um ser vivo. foi quando me dei por mim: ERA um ser vivo. eram vermes!!!
da noite para o dia apareceram VERMES na pia da cozinha, atraídos pelo forte cheiro dos restos mortais do linguado com o qual nos fartamos. os traumas permanecem até hoje e manifestam-se num horror terrível toda vez que me deparo com um repulsivo grão de arroz, grande, mole e molhado. eventualmente um pouco curvado. eu às vezes invejo aquelas pessoas que, ao pressentirem o aparecimento de vermes, inventam uma insólita cosmogonia em vez de criar uma instabilidade emocional qualquer.
eu considero um ultraje que estes nojentos restos do alimento já consumido convivam harmoniosamente, dentro da pia, com os utensílios e talheres com os quais tocamos nossas delicadas bocas todos os dias.

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