Páginas

18.7.06

24.

"em primeiro lugar, a partir de 1801 já não entendo seu comportamento. não é por falta de documentos: cartas, fragmentos de memórias, relatórios secretos, arquivos de polícia. ao contrário, tenho quase excesso disso. o q falta em todos esses testemunhos é firmeza, consistência. eles não se contradizem, mas também não se conciliam; não parecem se referir à mesma pessoa. e no entanto os outros historiadores trabalham com informações de mesmo tipo. como fazem eles? serei emais escrupuloso ou menos inteligente? aliás, colocada assim, a pergunta não me perturba. no fundo, o q procuro? não tenho idéia. durante muito tempo o homem rollebon me interessou mais do q o livro por escrever. mas agora o homem... o homem começa a me entediar. estou preso ao livro, sinto uma necessidade cada vez mais intensa de escrevê-lo - à medida que envelheço, dir-se-ia.[...] muito bem: ele pode ter feito tudo isso, mas não há provas: começo a achar q nunca se pode provar nada. trata-se de hipóteses honestas q explicam os fatos: mas sinto tão claramente q provêm de mim, q simplesmente uma maneira de unificar meus conhecimentos!... não vem nenhum lampejo da parte de rollebon. lentos, preguiçosos, enfadonhos, os fatos se acomodam ao rigor da ordem q quero lhes dar, mas ele lhes permanece exterior. tenho a impressão de estar fazendo um trabalho puramente imaginativo. além do mais, estou convencido de q personagens de romance pareceriam mais verdadeiros; seriam pelo menos mais agradáveis."
[a náusea - j-p sartre]

3 comentários:

Anônimo disse...

Cassinha meu amor, eu nao entendi porra nenhuma!! Patavinas!! Muito menos sei o que é o home rollebon.
Digo, entendi tudo, mas tambem nao entendi nada.
Isso não vai te eximir de me relatar a historia.

Anônimo disse...

Minha dislexia nao cessa de engolir parte das palavras...

c. disse...

dã, mangolão! nem foi sobre esse post q eu te falei! tá, te falo no msn, então.