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7.3.06

1. considerações

por algum tempo vivi uma certa fixação pela minha pesquisa. não fazia mais nada q não se referisse a ela, apesar da preguiça de frequentar arquivos no verão. e, mesmo sem ir ao arquivo, minhas atividades domésticas se resumiam a procurar os nomes dos sujeitos q estudo na internet. detalhe: são mais de 400 pessoas.
organizei obsessivamente as 4 tabelas q vou precisar ao longo desse ano, em ordem alfanumérica. depois, procurei um a um no google.
reconheço q é uma fase introspectiva pela qual estou passando, já há algum tempo. com a vinda da mariana para porto alegre nesses dias, a coisa mudou de figura, a despeito do meu pouco jeito pra ocasiões sociais. talvez lamentavelmente [?] eu tenha perdido o jeito pra isso. ou talvez eu nunca tenha tido mesmo.
mesmo quando estou ocupada em me distrair, meu pensamento sempre acaba caindo nos 5000 campos das tabelas q preencherei no decorrer do ano. meu desejo é q eles estejam completos, repletos de informações. a partir da semana q vem volto com marcus pro arquivo.
eu quero mapas da cidade no período em q eles viviam aqui. eu quero saber onde eles moravam e o q eles faziam.
e eu sinto q isso torna minhas conversas demasiado restritas, pois é um assunto absolutamente desinteressante para a maioia das pessoas. é quase um autismo. talvez a maioria das pessoas pense q é quase uma genealogia, o q eu faço. uma enfadonha genealogia.
e eu, eu não vejo mais porquê falar de música, por exemplo, se todo mundo já sabe q o q eu gosto de ouvir não existe mais há cerca de 40 anos e, provavelmente, esse gosto não vai mudar tão cedo. não se depender das bandas novas. eu não quero falar sobre o q todo mundo já sabe a respeito, por exemplo, dos beatles. a única coisa q pode me fazer falar de música hj em dia são boleros e tangos pré-piazzola. mas mesmo assim daria muito trabalho começar a conhecer essas coisas. em rodas de pessoas onde o assunto predominantemente é música eu já estou na fase de calar. ou então comentar como é ridícula a banda q aparece na novela q dá de tarde.
ainda sinto de certa forma a mesma fixação pela pesquisa, só q agora de um jeito mais preguiçoso ainda. agora tenho preguiça de abrir as tabelas. o word vai demorar pra abrir, todos sabem. não é mais só uma antiga e até estimada preguiça de ir pro centro pesquisar. aquela q já era inseparável de mim. agora é uma coisa profunda e imobilizante. talvez seja o reflexo de uma semana de um ritmo intenso demais pra mim. fui em mais festas nessa semana do q em todo o ano passado [?].
as pessoas da minha idade gostam de comentar festas q frequentaram. eu gosto de falar q seria desejável pra mim morar num barco. e eu tb quero aprender a cozinhar - e cozinhar coisas saudáveis. pode ser o começo de um longo processo q me transformará em uma mulher de trinta anos.
ok, vou abrir minhas tabelas.

2 comentários:

João Silveira disse...

É...
tu tá ficando velha mesmo...
(risos)

Anônimo disse...

adoraria ter entendido um pouco mais sobre essa pesquisa. me deculpe por eu falar mais que a boca.
beijos.