Páginas

20.3.06

7. de volta às tabelas

passei o fim-de-semana entre a confecção das tabelas para a pesquisa e o jogo do roda a roda on line [cujo linque coloquei aqui do lado], com narração do sílvio santos [e com participação da patrícia].
marcus e eu tivemos uma reunião sexta-feira com o benito para tentar sanar algumas primeiras dúvidas q surgiram já no começo dessa nossa longa investida como historiadores. no meu caso, o principal problema era aquele mesmo q já falei aqui: a definição do meu objeto. quem vão ser os integrantes da minha pesquisa?
como eu já disse, consegui uma lista de mais ou menos 400 nomes de pessoas q, em algum momento, foram sócias do partenon literário. o meu negócio era diminuir esse nome para tornar a pesquisa factível [e eu penso q a questão da diminuição até não só pelo tempo, mas também por uma série de outras coisas q eu não sabia muito bem dizer].
após esse sábado e domingo de sol e chuva q passei em cima do computador [o q explica um pouco o post logo abaixo deste...] tenho algumas respostas às minhas questões. talvez sejam ainda respostas parciais, mas eu tenho um horizonte agora.
em primeiro lugar, não adianta eu ficar querendo definir critérios quantitativos para a delimitação dos meus personagens [lugar para onde alguns dos caminhos da minha pesquisa estavam me levando]. a primeira reflexão q tinha q ser feita eu acho q já rolou este fim-de-semana: pq eu preciso delimitar esse grupo? quem eu realmente quero pesquisar?
a resposta tava lá no meu projeto: meu objetivo com essa pesquisa é conhecer um pouco mais a dinâmica do meio intelectual [se é q se pode chamar assim. por enquanto vamos chamar assim.] rio-grandense no século XIX. mas acontece q, no século XIX, as coisas eram muito mais difusas do q hoje. os caras não tinham uma única profissão. e, como o jonas mesmo disse, os políticos em geral se dedicavam à literatura também, em algum momento de suas vidas.
bom... vamos deixar essa parte da história congelada aqui um pouquinho, q eu vou explicar melhor algumas outras coisas q eu andei fazendo... como, por exemplo, tabelas. sempre elas.
fiz inúmeras, de todos os tipos q se possa imaginar. entre elas, fiz também um censo, digamos assim, de quem é q participou das reuniões nos anos de 1872 e 1873 [q são os anos cujas atas ainda existem]. anotei lá numa tabelinha todo mundo q participou de reuniões e quantas vezes participou. só q depois eu não sabia direito o q fazer com aquilo, pq por um lado era uma das únicas informações q eu tinha e q poderia me ajudar a delimitar esse grupo e, por outro, eram informações quantitativas e bobas. tá, eu fiquei com preguiça de pensar em uma palavra melhor do q bobas pra escrever ali. mas foi assim.
como é q eu poderia definir um número de reuniões [por exemplo: 4] e dizer q com uma frequência acima de 4 reuniões [pra pegar o exemplo dado] o cara estava na minha lista de carinhas pra estudar e pra baixo de 4 não estavam? isso não faz nenhum sentido.
então eu resolvi parar de olhar praquelas tabelas todas e pensar NOS CARAS. pensar neles indo lá nas reuniões... em dois anos o cara foi em 4 reuniões. e eu fiquei pensando neles indo e participando e fiquei pensando no q os moveu até lá e q tipo de pessoa eles eram. essas coisas.
aí eu resolvi q, embora o resultado do meu "censo" fosse em números, ele não era um dado quantitativo. ele expressava não só um número de reuniões, mas sim uma forma de se relacionar com a sociedade e com o resto do grupo.
as pessoas q eu gostaria de ter na minha pesquisa, o grupo cujo perfil eu quero conhecer é justamente o grupo de pessoas q, no século XIX em porto alegre, dedicou uma boa parte da sua vida a uma associação literária [no caso o partenon] e levou essa associação a sério como uma parte constituinte da sua rotina e da sua vida. se tinha lá um deputado q foi aprovado como sócio e compareceu a duas reuniões e nunca mais deu as caras em NENHUMA OUTRA atividade em NENHUM OUTRO momento, então esse não é tipo de cara q eu quero incluir na minha pesquisa, mesmo q ele tenha escrito as suas poesias lá no seu quartinho, quando ficava triste. os caras q eu quero são caras q SE ENVOLVIAM. caras q SE DEDICAVAM.
então, se eles se dedicavam vão ter q ter deixado alguma fonte. ou vão ter q ter ido às reuniões, ou vão ter q ter participado de alguma diretoria, ou de alguma comissão, ou vão ter q ter sido lembrados pelos amigos em livros de memória. sei lá. mas esse cara, se se envolveu, alguma coisa deixou. se não deixou, paciência. se deixou, mas essa coisa não existe mais, paciência. toda pesquisa histórica tem essa mesma limitação. não é peculiaridade da minha.
então, sob essa nova perspectiva, tô fazendo uma nova tabela. =))
uma tabela q cruza informações diversas q acabam por dividir os meus amiguinhos em três grupos: o grupo dos "confirmados" [aqueles q, sem dúvida, entram na pesquisa]; o grupo dos "incertos" [aqueles q não entram ainda, mas sim se aparecerem fontes q provoquem uma reviravolta]; e o grupo dos "excluídos" [aqueles q estão fora mesmo. não tem jeito].
no fim das contas, meu objeto é bastante fluido. ele vai sendo criado ao longo do trabalho. bom, por enquanto, tô gostando da maneira como resolvi esse problema. tô pronta pra outros, eu acho.

ah. não deixe de visitar o site do sbt.

Nenhum comentário: