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25.6.10

104. um dia no centro de porto alegre

desde que me mudei para o bom fim tenho recorrido bem menos ao centro de porto alegre, já que aqui nas redondezas se encontra quase tudo que se precisa - e ainda há muuuuitas lojas de um e 99 espalhadas por aqui!!
ontem, entretanto, precisei ir comprar uns tecidos para estrear minha linda máquina de costura, recém adquirida. obviamente, peguei o C3, apesar de demorar uma boa meia hora para chegar ao centro - com outros ônibus da osvaldo eu chegaria em 5 minutos. mas é uma demora que vale muito a pena pelo caminho percorrido. sempre que tenho oportunidade, pego o C3 e aprecio seu percurso exuberante. ei-lo:
eu moro bem ali na fernandes vieira. pego o C3 na frente de casa e começo aproveitando as belezas da osvaldo aranha, por onde o ônibus cruza a fim de se dirigir à josé bonifácio.


em geral, os ônibus daqui que vão direto para o centro, seguem pela osvaldo, atravessam o viaduto, e já estão lá. mas o C3 não. o C3 se preocupa com a beleza do trajeto, mesmo que mais longo e sinuoso. em vez de entrar na osvaldera, ele vai pela josé bonifácio, diante do parque da redenção. aprecio, neste momento, olhar rapidamente para os dois lados, tanto o lado do parque quanto o lado das casas e prédios, pois ambos são belos.


o C3 continua fascinante pela venâncio aires até chegar na joão alfredo, que é um dos pontos altos do percurso.

detonado, mas é um casario muito bonito. antigamente, essa região ficava na margem do guaíba. saindo da joão alfredo, atinge a avenida loureiro da silva, de onde se pode ver a ponte de pedra.

e, finalmente, entra no centro. mas entra pela parte alta do centro, começando pela fernando machado. pra chegar no centrão mesmo, ainda vai demorar um pouco. mas a fernando machado vale a pena. vale muito a pena. primeiro porque hoje em dia ela é bonita. segundo, porque no passado foi ali que aconteceram os crimes do linguiceiro. pra quem não sabe, a fernando machado é a rua do arvoredo. e foi na rua do arvoredo, no século xix, que um açougueiro fazia linguiça com carne de gente. sempre achei essa história fascinante.

aí está a fernando machado hoje, em dia, com seus casarios e a feira do caminho dos antiquários - porque, obviamente, nessa rua há muitos estabelecimentos que vendem antiguidades. mas em 1864 foi aí mesmo nesta simpática ruazinha que um açougueiro esquartejava pessoas e usava suas carnes para fazer linguiça, que depois, of course, vendia no açougue. reza a lenda - viu, andrea, aqui também temos nossas lendas, sem títulos de barão, mas com muito sangue! - reza a lenda que a mulher do açougueiro, que era do leste europeu, era lindíssima e atraía as vítimas para as garras do marido. e também reza a lenda que as carnes daquele açougue eram apreciadíssimas pela população. bom, da fernando machado, o C3 passa pela frente da usina do gasômetro e chega na duque de caxias, até a praça da matriz, passando pelo teatro são pedro. adoro essa primeira casa logo aqui abaixo. está sempre fechada, velha e caindo aos pedaços, e com um gol 1.0 na frente. quem será que a habita?
aí passa pela biblioteca pública, pelo arquivo público, pelo hipólito - todos lugares onde costumo ir pesquisar. e chega na praça da alfândega, onde normalmente eu desço.

realmente, vale a pena demorar meia hora, em vez de 5 minutos, pra pelo menos apreciar o caminho. nada a ver isso de transporte meramente instrumental.
peço desculpas aos fotógrafos que não mereceram seus créditos neste post. não consegui acompanhar meu próprio ágil pensamento, a ponto de recolher os linques de onde as fotos foram tiradas.

4 comentários:

Unknown disse...

trata-se, sem dúvida, de uma das mais belas cidades da república oriental do uruguay.

c. disse...

bobinho. trata-se da província cisplatina.

dante disse...

os cês do centro são ônibus de velhinhos mais preocupados com o caminho do que com o destino.
pelos cês que é bom não ter que trocar 5 minutos por meia hora.

c. disse...

eu nunca troco, dante! nunca consigo resistir, mesmo se já estou atrasada...
mas não conheço os itinerários dos outros cês. o C2 eu pego só ali da cidade baixa até aqui em casa, mas eu acho que só esse pedacinho já ahasa.